É isso ai!
É isso sim...
Guardar do passado a lembrança de alguem...
Tempo indefinido e subtil,
Resumo de anos que se multiplicam
E nos subtraiem a vida.
É isso ai sim!

João Pedro Pais - Um Volto Já

VI UMA MULHER.

Vi uma mulher descendo um atalho de uma vereda que beijava o mar.

Determinada e em passos lentos, tentava equilibrar-se, apesar do seu olhar perdido e parado frente ao imenso horizonte,nada vislumbrasse.

Além, frente a uma vida, erguia-se apenas o imenso oceano.

 

Porem hesitava de vez em quando, perante um sopro de vento mais forte, que lhe deixava uma madeixa de cabelo tapar o seu rosto pálido.

 

Tive vontade de gritar-lhe, na duvida do que pretenderia ser o seu final, simplesmente porque no seu caminho, o fim era o vazio do espaço, onde o vento brincava com uma ou outra gaivota.

 

De repente algo a fez parar, não sei se o vento, ou se o mar. Talvez o grito de uma gaivota que vi planar em redor da sua cabeça.

 

Aproximei-me silenciosamente.

Ela estava atenta e rodando no seu proprio eixo, virou-se e cravou em mim um olhar gélido e sem vida.

Estendi a minha mão. A medo tentei tocar-lhe o rosto como se quisesse dizer-lhe algo que nem eu mesma sabia.

Então vi cair dos seus olhos, que eu pensava gelados, uma lágrima tingida de uma cor que desconhecia. De novo a gaivota vuou em redor de nós, e em sintonia olhamo-la enquanto um raio de sol incidia em nós como se trouxesse no seu esplendor, uma doce mensagem.

 

Vi uma mulher...



NATAL ASSIM?

Natal seria SEMPRE que o quiséssemos...
 

E quando encontras a fome na rua?
É Natal?
E quando te cruzas com um olhar perdido?
É Natal?
E quando caminhas na noite de ruas vazias?
É Natal?
E quando ouves alguém gritar por socorro?
É Natal?
E quando tranquilo vês a noticia ensanguentada?
É Natal?
Assim eu digo...
NÃO!

Erguem-se mágoas e devaneios, que levam á loucura, aqueles que nada sabem do Amor.
Páz aqui.
Em cima de nós, o azul celeste impera no Império do rei Sol.
Elevem-se aqueles que fazen do céu cinzento uma verdadeira tempestade de azul.
Deles é o poder de poder baralhar as mentes dos que nunca souberam nada do Amor...

Sei de uma mulher que percorre lentamente as estradas empoeiradas do tempo.
Marcas e pisadas nos sulcos e na lama.
O chão ressequido parece estalar nas pisadas e melancólicas passadas.
O caminhar lento... Mas determinado de alguem a quem o tempo já não tem, absolutamente nada.
Caminha pelas veredas do tempo futuro tentado encontrar respostas, de uma vida passada.
O vento acaricia-a, mas ela nem sente.
Seu olhar é frio e parado no horizonte que a recebe numa interrogação dolorosa e incerta.
Ela é uma mulher que...
Simplesmente caminha.

FRAGMENTOS

FRAGMENTOS

Subtil é a passagem entre a vida e a morte.

Alguem criou, um dia, ou quem sabe talvez não...

Árduos momentos,

Dignas lutas,

Frágil o momento de VIVER...

Quão pérfida caminhada trazemos

E saltamos de monte em monte,

De vale em vale...

E...

Para tão pouco

Ou...

Quase NADA.